O tempo corrói o amor

O tempo corrói o amor

O tempo corrói o amor

Desunindo a afeição

Peito vazio onde a dor

Suplanta a ablação.

Lembranças viram saudade

Vagando espaço sem fim

Aonde a terna amizade

Transforma-se em Arlequim

O tempo põe fim ao anseio

Trancando com as aldravas

O sentimento alheio,

Silenciando as palavras.

O tempo deixa nos rastros

Silenciosas pegadas

Tal nau que sustenta os mastros

Pelas águas agitadas

E nessas águas profundas

Vagando silenciosa

Por vezes a nau se afunda

Como a paixão mentirosa !

São Paulo, 14/11/2016 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

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