[Palavras Que Se Soltam Devagar Para Cair Em Outra Boca]
Há dias assim
Com tons leves e cores frescas
Dias em que não consigo dar sentido às coisas
Antes que elas tenham algum
Há um silêncio súbito [sem ti]
Sem álamos, sem luas...
Há um soprar [quase frenético] de vento
Que torna opaca a tua distância
E se transforma em bruma
Em partículas [de nadas] na lembrança
Pinto uma tela azul
Pendurada no alicerce das palavras que segredam suspiros
Fantasiados em folhas de algodão
[Palavras que se soltam devagar para cair em outra boca]
Mas a cor da minha voz [a preto e branco]
Perde-se entre sombras e águas mornas de luz
Por entre linhas inacabadas onde teus olhos me prendem
[E os meus se perdem em ti]