ADIANTE do SOL
Colho nos limites do céu e do inferno
os legumes absurdos do amor.
Os dias, mais que dias, existem suspensos no ar dos maníacos
por números, pois adiante do sol não há calendário.
Aqui, peço um amor que sobreviva aos períodos,
não mais desejo ser um cavaleiro solitário
acelerando a motocicleta imaginária da aventura
através dos bosques repletos de sombras traiçoeiras.
Vejo você nos momentos que não são confusos
pois não colho flores em caminhos que se cruzam,
vejo você na limpidez do ar transformado em cristal após a chuva
pois ainda que não consiga formar linguagem do canto dos pássaros
pelos limites da verdade (só é verdade o que se entende) imagino
pedras em brasa adquirindo vida ao teu passar distante
de um amor mero e humano como é humano e mero
recolher-se à tenda espiritual das ambições