Barquinho de Papel

A timidez travou os dedos no limite.

Depois, como se fosse em sonho,

trouxeste os mistérios à minha mão .

E fui contigo ao lugar mais íntimo do fogo.

Já não via fronteiras, gente ou barreiras.

Tudo era mar impetuoso,

viagem louca, arrepio, barquinho de papel.

Tu nada dizias. Tomavas jeito de terra,

eras terra e deixavas-te lavrar.

No fim, suavemente,

deslizámos na noite para não ser.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 07/11/2016
Código do texto: T5816278
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