DESPREZADO

Quem eu sou?

Eu sou ninguém,

Caminho sem saber para onde vou,

Ou sou aquele sem nenhum vintém.

A vida digo amém,

A amante me esqueceu.

Ela hoje não me faz bem.

E a tristeza me venceu.

Eu talvez seja o abandonado,

O ser desprezado,

O homem mal amado

Para morte preconizado.

Não quem eu sou

Mas sou escravo de uma paixão

Que nunca me amou

E jogou na solidão.