Delírios
Em mil delírios roucos te abraço
,
sentindo o tremor do teu corpo,
,
ás vezes me entristeço nos compassos,
,
sentindo o amargo gosto do adeus
,
,
Sem flecha, sem arco, sou sua índia
,
das terras onde a guerra se findou,
,
sem medo, nem temor, sou seu gemido
,
no espaço em que teu braço me cercou
,
,
Não quero mais saber da boemia
,
se em casa tenho o gosto de viver
,
e junto ao gozo, toda a alegria
,
de ser amada e de te pertencer
,
,
Fingindo ser criança sou tua mulher
,
e nos teus corpo perco a minha idade,
,
deitando em nossa cama sou selvagem,
,
menina delirando de saudade.
,
,
E de manhã acordo em tua nudez
,
querendo novamente anoitecer,
,
para afogar de vez estes desejos
,
que me pintam para a guerra do prazer.
,
,
Nas ruas, de você não me despeço,
,
para sentir que estou sempre junto a ti;
,
a noite vem chegando pouco a pouco
,
e sem perceber eu já fugi....
,
,
Fugi da vida para os teus braços,
,
que ardentes me afagam sem cessar;
,
e no amor, as luzes adormecem,
,
criança sou de novo a delirar.
,
Marcia Eli