Lobo

Trago na voracidade a fome do mundo.

É meu este tempo bruto,

este naco de humaníssima gente,

a cidade que lentamente apodrece

no medo de quem mata e aqui morre.

Venho à carne do silêncio

à terra hiante

ao sexo sem semente que o adoce,

que o traga ao corpo de quem,

ainda vivo espera quem não chega.

Venho, luto e logo morro

entre areia e pedras devastado,

ainda solidão.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 27/10/2016
Código do texto: T5804659
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