De verde pintei o (a)mar

Duas xícaras vazias de café descansam

lado a lado.

Seu lábio tem uma hesitação antes do sorriso,

os beijos não são um pedido,

são reflexos de paixão,

de calor,

do gosto desse café amargo,

que

como uma mancha

está guardado

no canto superior esquerdo dos teus lábios,

as músicas são levadas para casa

nas mãos desenhadas pela minha caneta,

ou por folhas que guardei no bolso da sua jaqueta jeans,

que só não é mais azul que teu sorriso.

E o tempo não sentiu inveja,

não correu,

não voou,

como um bom amante,

ele se apaixonou por nossos beijos

e sorrisos,

acredito até que ele tenha parado,

ao menos por um momento,

pois, esse deus que tanta pressa tem,

assim como eu,

se perdeu nestes olhos verdes.