Lembro dela
 
A sua voz, de tão doce,
Eu me lembro como fosse,
Uma flauta ou oboé.
Com jeito, falava comigo,
Com intimidade de amigo,
Eu me mantinha em pé...
 
Ah! Aquela voz tão macia,
Falava sobre magia,
Orava, e pedia a Deus...
Rezava com intensidade,
Como tivesse amizade,
Com anjos, amigos seus!
 
Com paciência, ensinava,
E docemente, cobrava.
Com ela, não vivia só...
Quantas saudades sinto,
Daquela velha, não minto,
Da santa da minha avó!