Mártir

Caminham as sombras de mãos dadas
Rumo ao destino não traçado, em
Esperanças desmedidas e absurdos
Sonhos nos encantados contos...
 
A vida não contou a existência das
Fadas, nem mágicos ou ilusionistas
Tapetes que voam, barcos que se
Afundam, sonhos que se despedaçam
 
Enquanto voam os pensamentos
O céu não tem limites, não enxerga
O sofrimento da folha que retirou do 
Galho e a deixa em lamentos... voando só
 
Resta ainda forte sentimento
Sobras do desgaste, esgotamento...
Solidão, fraqueza e tristeza
Medo de não estar a contento
 
Afeto além dos olhos não é sustento
O amor em risco.... Não é o momento
Ao afeto sem nome sem alicerce
Chama-se: a casa construída na areia...
 
Como pedra de gelo no calor
Subitamente derrete e só molhará
Os meus olhos cansados que guardam
As lágrimas em baixo do travesseiro
 
E sofre calada. Das cartas que lhe
Escrevo um pouco as tenho guardadas
E nelas digo: para outro desprezo não
Estou preparada.
 
E certamente serei “Mártir”  
Aquela que abdicou a vida por amar-te
A isto, que haja confabulação, para que
Tão cedo não pare de bater o meu coração