Aquarela
Recordo hoje
Como sempre
Vagamente
Vaga a mente...
E já me trai em seus detalhes
Já não sinto cheiros
Toques...
Emoções...
Apenas restos...
De ilusão,
de protestos,
de planos, e nada...
E rastros, e o quase tudo destruído
destroçado...
consumido...
entre as sombras...
entre os vincos...
entre as cinzas de um penúltimo holocausto
Apenas lapsos
De um tempo frio e sem ternura
E estes versos sem moldura
como aquarela desbotada
em meio ao tudo e frente ao nada...
Como uma paisagem no horizonte
Intocada...
guardada...
reservada...
Para o último e necessário sacrifício.