A chama crepitante em meu peito

A chama crepitante em meu peito,

Descansa entre paixão e saudade,

Dentro de mim sinto que, com efeito,

Exala aroma de divindade.

Nenhuma alma do mundo duvida,

Nenhuma alma que já chamuscou,

Nenhuma alma do mundo diria

Que mentiroso por isso eu sou.

Diga a ciência o que desejar,

Em meu peito eu juro que há fogo,

Diga à vontade que isso é amar,

Direi com fulgor que amar é pouco.

Não amo como o casal desfeito,

Tampouco como o poeta hipócrita,

Eu juro um juramento perfeito:

Amo-a da maneira que importa!

De dar a vida, futuro, passado,

De dar de tudo e ainda ser pouco,

De poder versar verso exagerado -

Deus me criou pra por ela ser louco!

Todos precisam encontrar sentido,

Todos precisam encontrar seu fogo,

Por isso a esse calor ardido

Dedicarei todo e cada meu rogo!

Que adianta viver sem amar?

Antes desejo amar sem viver!

Melhor do que o futuro alcançar

É por um amor sincero morrer.

Sincero! Por isso não vou mentir:

Minha chama ainda tem de crescer.

Mas quando crescer... Nunca vou mentir:

Com ela toda a vida vou ter!

Até bem velhinho, até caixão,

Até na terra desaparecer,

Tudo sem sumir de seu coração -

Algo que nem morte pode vencer!

Ó Deus, nossa bondosa entidade,

Ouve teu filho bem aqui embaixo!

Tu sabes! Tu sabes! Que é verdade

Que esse laço é feito de aço!

Esse que homem e mulher não quebram,

Esse imune a mundanidades,

Esse que todas as almas esperam

Esse que enfim revela As Verdades.

A chama crepita aqui no peito,

Descansa entre paixão e saudade,

Ela por mim jura que, com efeito,

É um manifesto da Divindade.

16/10/2016

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 16/10/2016
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