Cansaço.

Oque há em mim é sobretudo cansaço, silencioso e vazio, fúnebre escuridão.

E do mundo, que pouco ou nada mais pode me oferecer, nada carrego; nem lembranças nem saudades.

Parto como cheguei, seco e estéril de ilusões ou planos, desejos desmedidos, insólitas paixões juvenis.

E no corpo, lápide móvel e sem cor trago apenas as marcas de antigos tempos.

Sou José ou Antônio, ou nada nem ninguém.

Sou apenas palavras que a alma insiste em aprisionar em toscos versos, tola poesia inacabada.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 12/10/2016
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