SUPLICA DIVINA

A noite desce em silencio

Enquanto o céu chora lágrimas

De estrelas brilhantes no firmamento

E nos dois aqui, na poesia do universo,

Ditando ao luar o nosso amor...

Não, querida! Não!

Temos que esquecer este momento

Porque o Senhor assim o quis.

É esse o nosso castigo divino.

Temos que aceitar essa dor.

Oh! Musa dos sonhos inatingíveis!

Diz que me amas e me matas;

Sufocas – me com seus beijos...

Deixe – me um pouco do veneno

Que “Shakespeare” criou para “Romeu”

E este entregou a “Julieta”...

Oh! Dama erguia e dourada!

Que sejas querida, que sejas!

Sufoca – me a dor: ama-me, donzela...

Amemo-nos no frenesi desse amor... Beijas-me...

Hoje O Celestial nos castiga

Com todo amor que nos queixas...

Mestre! Mestre!

Peço-te, como testemunho o luar

Que desce a noite banhando a mata,

Nessa noite de êxtase e de dor,

Meu coração não mais maltratar.

Meu Mestre!

Daí – me o Seu perdão por amor demasiado;

Daí – me o cálice do vinho sereno do amor;

Daí – me essa benção: Perdoai – me Senhor!

Oh! Querida,

Esquece – me, peço, me esqueça!

Não poderá esse amor viver;

Jamais poderemos nos pertencer.

Traçastes o seu destino;

Assim também o meu rebusquei...

Pertences agora à outra alma viva.

E a quem, doce amada, pertencerei?

Minha alma Flutua o universo da dor;

Vai ao infinito por causa de bem - querer...

Esqueça – me, doce gueixa do meu viver!

Nesta noite tão bela e tão nossa sabemos

Que esse amor não poderá sobreviver.