aqui jaz...aqui sempre!
A ultima carta que escrevi ao mundo
Foram com palavras mudas
Dentro de meu tumulo e ninguem leu.
A caneta, um pedaço de falange
Respigava tinta sangue seca.
Minha pele, ja em estado avançado de decomposição
Me servira como papel
Frase a frase cravada ali
Onde ninguém mais podia me ouvir
Não ganhei asas e fui para o ceu
Muito menos desci rumo ao inferno
Versos marcados por marcas de insetos
Que liam com cuidado toda minha obra.
Aqui jaz um bom homem,
Com terra marcava o próprio texto
Aquele que aqui escrevo
Já sem carne ou olhos ao redor da face
Estou tão nu quanto nunca antes
Minhas vergonhas ficaram todas em vida
Minhas glórias( singelas) mas minhas lembradas
Cada lágrima sobre meu tumulo que mata minha sede
Tenho certeza, é fruto dos sorrisos que arranquei.
Não tive tesouro tão grande que pudesse me comprar o mundo
Mas o mundo e eu sabemos( em segredo aqui velado)
Que o que plantei em vida
Fez dele nosso principal aliado.
Ja não tenho mais pele para escrever
O pouco sangue que me restava se esgotou
Meu coração já não batia assim tinha tempo
Que agora, eterno se tornou.
Não tem mais tics
Pouco me interessa os tacs
Minha obra mais imortal
So o tempo e eu iremos ler
Aqui sempre,
um bom homem.