aqui jaz...aqui sempre!

A ultima carta que escrevi ao mundo

Foram com palavras mudas

Dentro de meu tumulo e ninguem leu.

A caneta, um pedaço de falange

Respigava tinta sangue seca.

Minha pele, ja em estado avançado de decomposição

Me servira como papel

Frase a frase cravada ali

Onde ninguém mais podia me ouvir

Não ganhei asas e fui para o ceu

Muito menos desci rumo ao inferno

Versos marcados por marcas de insetos

Que liam com cuidado toda minha obra.

Aqui jaz um bom homem,

Com terra marcava o próprio texto

Aquele que aqui escrevo

Já sem carne ou olhos ao redor da face

Estou tão nu quanto nunca antes

Minhas vergonhas ficaram todas em vida

Minhas glórias( singelas) mas minhas lembradas

Cada lágrima sobre meu tumulo que mata minha sede

Tenho certeza, é fruto dos sorrisos que arranquei.

Não tive tesouro tão grande que pudesse me comprar o mundo

Mas o mundo e eu sabemos( em segredo aqui velado)

Que o que plantei em vida

Fez dele nosso principal aliado.

Ja não tenho mais pele para escrever

O pouco sangue que me restava se esgotou

Meu coração já não batia assim tinha tempo

Que agora, eterno se tornou.

Não tem mais tics

Pouco me interessa os tacs

Minha obra mais imortal

So o tempo e eu iremos ler

Aqui sempre,

um bom homem.

Nomor
Enviado por Nomor em 07/10/2016
Código do texto: T5783844
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