Sob um forte amor...

Os infinitos silêncios que comigo têm falado,

dizem de minha solidão.

Não a única, mas as muitas que me despertam

para a sabedoria.

Prezo o Cosmo onde me calo

e me assimilo.

Se sou ambíguo,

Sou puramente movimento,

vou lá, volto até aqui, caminho.

Encontrei algo bem maior que a razão:

o amor que me toma para si

como se fora eu a mais leve pluma,

o mais quieto vento.

O amor é imenso. Me desobedece,

cria-me, intensamente, entre ventanias

como se comigo pudesse. Pode sim!

Se algum dia o perder de tudo,

morrerei sem nada ter, racionalmente dominado,

alheio ao mundo e aos sentimentos,

como um amante que se envenenou com a própria solidão

que também amava.