Amor, sublime Amor

Tenho em minhas mãos o afago das manhãs

O perfume da maçã feminina inebriando o ar

Na boca, o gosto adocicado das frutas temporãs

E me delicio com a pera – o cimo do seio a arfar -

Eu me encontro em teu corpo côncavo e desnudo

Atado qual o cordame de um embarcadiço no cais

Beijo teus lábios e sorvo a polpa do fruto carnudo

E me completo: o vaivém que propicias me satisfaz

Transmudam minha alma teus gestos tão incontidos

Extasiado permaneço quando me fitas bem ofegante

Anestesiam-me um sem-número de beijos recebidos

E teu gestual articulado deixa-me o coração pulsante

Qual vaporosa amazonas cavalgas sobre o meu torso

Minha virilidade te inunda das gotas lactantes de vida

Explodo em mil vibrações alçado em tuas ancas e dorso

E gemes o gozo improvável de uma deliciosa partida...

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 03/10/2016
Código do texto: T5780285
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