Amor, sublime Amor
Tenho em minhas mãos o afago das manhãs
O perfume da maçã feminina inebriando o ar
Na boca, o gosto adocicado das frutas temporãs
E me delicio com a pera – o cimo do seio a arfar -
Eu me encontro em teu corpo côncavo e desnudo
Atado qual o cordame de um embarcadiço no cais
Beijo teus lábios e sorvo a polpa do fruto carnudo
E me completo: o vaivém que propicias me satisfaz
Transmudam minha alma teus gestos tão incontidos
Extasiado permaneço quando me fitas bem ofegante
Anestesiam-me um sem-número de beijos recebidos
E teu gestual articulado deixa-me o coração pulsante
Qual vaporosa amazonas cavalgas sobre o meu torso
Minha virilidade te inunda das gotas lactantes de vida
Explodo em mil vibrações alçado em tuas ancas e dorso
E gemes o gozo improvável de uma deliciosa partida...