Panos limpos
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Panos limpos
Meu distanciamento
surgiu da sua indiferença.
O seu afastamento, talvez,
em razão do meu floresceu.
Vimos a cor do tempo.
Sentimos a dor do lamento.
Mas teremos, tenho certeza,
o prazer da nudez, um do outro.
No instante em que teremos,
um ao outro,
no tempo certo, sem pressa.
Há sulcos e marcas nos dias.
E dias marcantes que nos sorriem,
irresponsavelmente.
Na ternura do meu olhar,
desejei teu corpo molhado,
sentindo meu corpo...
Desvendando prazeres inquestionáveis,
apenas nossos!
Ao final, o que importa
é que nos amamos
na velocidade da luz,
sentindo a lancinante dor
que a cruz
da saudade nos impõe.
Nijair Araújo Pinto
Iguatu-CE, 2 de outubro de 2016.
23h59min
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