CAIS
Perdoe esse jeito estranho
de olhar a vida por detrás de um pano,
de sentir no peito esse amor
insano.
Perdoe se não falo mais
de amor, de olhar sério demais,
de ficar horas e horas
olhando o cais.
Perdoe se não lhe trato
com toda ternura merecida
deixando de lado o que tenho
de belo na vida.
Perdoe minha falta de sono,
do triste abandono,
de meu sorriso falho,
meio sem dono.
Perdoe minha cara amarrada,
pouco ciúme,
muito queixume,
na verdade azedume.
Perdoe se não sou
tudo aquilo que imaginou,
sendo apenas um homem comum
sentindo dentro de si algo que passou