Mães.

Saudade da minha escola

Meu primeiro dia de aula

e do medo que eu senti naquele dia

Minha mãe me encorajando

Dizendo era preciso

No fundo, minha mãe sabia

Que meu maior medo era o dela

Deus não podia ter feito

Uma Mãe melhor que aquela

E eu fui

Com o tempo a coisa flui

As coisas que vão acontecendo

Vão diluindo nossos medos

Medo da vida

Medo do Mundo

Medo das coisas que estão lá fora

Medo de não saber tirar o medo

e colocar os filhos nos trilhos

Quando chega a nossa hora

de sermos nós

Os Portadores do medo

Aquelas Mães

Guardaram a Sete Chaves

Muitos segredos

Em mesclar um olhar carinhoso

Um zelo prestimoso

Uma chinelada suave

A voz que se tornava grave

E um dedo em riste, sempre que preciso

Aquilo ensinava juízo e prudência

Mas eu nunca...jamais aprendi

A ter a mesma eloqüência

Com tamanha simplicidade

Hoje, as nossas Mães aparentam

Ter ficado tão pequenas

Apenas parecem

Teus filhos cresceram, Mães

Mas...dias há, que carecem

Daquelas boas chineladas

O Mundo não ensinou-nos

Nada com tanto carinho

E com tanta sabedoria

A gente é que não enxergava

Tanta coisa boa

Que os filhos, nós

(essa gente à toa)

Fomos recebendo e deixando ficar

Neste longo caminho que trilhamos juntos

Por mais que eu tenha aprendido, Mãe

Eu nunca soube fazer nada

Que nem você fazia

E isso agora me dói muito

Hoje eu vejo que sempre foste

Senhora, em qualquer assunto.

Edson Ricardo Paiva