Ensaio poetico - O sentir que declamo

Escorrem-me dos lábios
Incompreensíveis definições
Sons encriptados sem chave
Descompactados por um coração
Contrito e comprometido sentir


     Nas pontas dos dedos ditongos
     Redondos, quentes, toque
     Suave no contorno
     Das formas perfeitas
     De todo o teu corpo
     Licorosamente escorrem
     Ébrios sinais do prazer


          Ecos dos gemidos
          Ressoam na solidão
          Das paredes do leito
          Cheias na memória
          De um nós que ontem
          Apenas ontem as habitou!

Na amplitude dos gestos
Nas ações mecânicas do dia
Pensamentos vadios
Loucamente te beijam
Paixão, amor, decisão?
Meus olhos, meu labios
Meu corpo, alguma vez
Se negaram, disseram não?


     Eroticamente relembras
     Em todos os momentos
     Prazer do sentir, agir
     Fazer por prazer, beijos
     Pernas que tremem
     Palavras que absorvem
     Tempos e dias
     Movimentado
     Da fusão
     Num abraço perpétuo


          As sombras do tempo
          Não nos esquecem
          Relembram as paredes
          Que ontem, que hoje
          Que amanhã, o sentir
          Permanece eterno
          Habitando o tumulo
          Que nossos corpos
          Em si geraram
          Símbolo perfeito
          Do ato de amar!

Alberto Cuddel
     Tiago Paixão
          Sírio de Andrade

In: Palavras que circulam XXV
Alberto Cuddel, Tiago Paixão e Sírio de Andrade
Enviado por Alberto Cuddel em 27/09/2016
Código do texto: T5774535
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