UM LIVRO DE PLATÃO
Eu era um coração abrasado querendo acender,
Ele foi a chuva torrencial que não só me apagou, mas me afogou,
Então corri no caminho de volta para minha casa,
O vento esfriava minha pele, o vento me deixava com frio, o vento me secava.
Sem querer olhei para o lado, e você, desconhecido, estava me olhando,
Você segurou em minha mão, eu senti sua brasa acender,
Mas por dentro eu ainda estava molhado,
Não sabia se eu dava um passo à frente ou recuava dois.
Antes de você ouvir das coisas sobre meu passado,
Você sentiu que alguém tinha me afogado,
E antes de eu confirmar qualquer coisa sobre a dor,
Você decidiu ser um sol no meu interior.
Os babacas ensinam que as brasas são pagadas,
Te destroem por dentro e te largam magoado,
Mas todo conto de fadas existe um príncipe,
Que te acende novamente, e ascende teus sonhos.
Corra até seu espelho, veja, você não foi errado,
É que você é como um livro de Platão que um tolo não pode compreender,
Mas isso não importa mais, quem te afogou sempre fica para trás,
E no fim sempre há um príncipe que compreende suas entrelinhas e te interpreta em um olhar.