Gigante

Penso

Ainda que sem equidade, penso

Penso nas rosas

Penso em como elas fazem falta

Quero as rosas

Vivas, virgens, vermelhas!

Não quero contar o que me acontece

Nao quero crescer

Nem quero ser criança triste

Quero as rosas

Vermelhas e vivas

Quero o perfume que as virgens exalam

Ou talvez não queira ser virgem

Não quero vento, sol, nem luz e nem água

Acho que não quero mais a vida

Talvez

Também não queira a morte

Ah... Essa morte que me liberta!

Antes cega

Antes escuro

Antes morta

Como viver as rosas?

Como viver os lírios?

Se não os tenho

Nem posso tê-los

Como vivê-los?

Antes

Dormir em sono santo

Antes isso

Mesmo no escuro

Quero saber o que já sei

Lembranças que se tornam "grandões"

A alma que já não é mais

O mundo e o nada que nele habita

Quero entregar-me ao Criador

Será que quero mesmo?

Quero, a ele,

Entregar-me viva

E com o sangue quente

Mas é só escravidão

Mesquinha, infame, torpe, vil

Penso no que julgo ter

Almejo ter mais e ainda outro tanto

Não tenho saudade de nada

Não quero passado; é muito triste!

Busco as pessoas que se foram

Os que ainda estão, também irão

Canto a canção antiga:

"Quais são as cores e as coisas pra te prender"?

Já tive milhares de sonhos ruins

Não sei o que você fará

Nem tampouco sei o que farei

Talvez, passe um café

E aplauda a insônia

Como aplaudir a solidão de nossos corpos no mesmo leito?

Não quero mais a vida

Talvez eu queira a morte

Bem pouco e fracamente

Mas

Vou amá-lo por sua força

Vou amá-lo por sua fraqueza

Vou amá-lo por essa dialética

Por seus dentes e por seus músculos

Estilo "Grandão"

Assim, quase "mutante"

Amarei sua alma e o seu corpo

Vou amá-lo

Em amor febril e fantástico

Amor assim "quase gigante"

Tímida e descarada

Nua e disfarçada

Serei amor

Até que nem a morte me separe de ti!

Patrícia Carnieto
Enviado por Patrícia Carnieto em 25/09/2016
Reeditado em 25/09/2016
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