Diante do espelho...
Talvez você nem volte,
Ateio-me nesse foco,
E se voltar é pura sorte...
A vida sem ti me sufoca...
Estrelas me iluminam,
Meu coração culmina,
O luar me desatina...
E do alto da colina,
Sentimentos abstratos,
No horizonte o seu retrato...
Esperança saudades... o seu amor passageiro,
... Seu coração é sem fronteiras...
Deixando escrita sua passagem de aventureira...
No meu coração semeasse amor,
Para depois sumir causando dor...
Deixando-me nu, como tinta sem tinteiro...
Sem emoção, sem inspiração,
Sem motivo para escrever... vazio de coração...
Eu que preciso tanto me desprender...
Porque sou um desordenado escritor...
O que há alem... melhor que amor...
Para ser assim plena de ardor...
Deixando-me depressivo lânguido...
Totalmente esquecido...
Sem nada no meu porvir...
Vazio no meu travesseiro...
Sem sonhar, olhar derradeiro...
Vivo o drama um final...
E vejo tudo acontecer diante do espelho...
Cláudio Domingos Borges