ESSE IDIOMA...
Diz pra mim.
Diz que ela vai voltar.
Não usa do silêncio,
Sempre à alardear.
Com tamanho desespero,
Vindo do lado esquerdo,
Esse lado tão ferido,
O qual já foi o preferido,
No qual ousei alguém guardar.
Nesse idioma senil,
Que chega a ser infantil,
Uma criança à sonhar.
Reclama-me a falta do doce,
Como se o pulsar não fosse,
Uma forma de chorar.
Diz pra mim.
Diz que sim.
Dessa maneira insensível,
Nesse idioma invisível,
Quase que indecifrável,
Agora em soluçar tão frágil,
Imitação de um pulsar.
Não cala em mim,
Fala fluente e sem fim,
Num idioma inevitável,
De forma irrefutável,
Em correntes inesgotáveis,
Nas veias inestimáveis,
Tanto quanto o amar.