Um desabafo qualquer
Tem burradas que nunca devemos cometer de novo. Essa é uma delas. Escrever sobre você é praticamente uma merda gigantesca que decido cagar no papel novamente. Era só deixar pra lá, mas quando cutuco meu coração para ver se ele ainda tem sentimentos, você é a pessoa por quem ele ainda sacoleja. Me peguei lendo nossas conversas. Duas pessoas bobas conversando coisas bobas de madrugada. Acabei conhecendo sua alma, mesmo você não querendo mostra-la. É inevitável isso, tudo para mim é transparente. Inclusive a sua. Agora fico sabendo que está passando uma fase punk e como sempre sozinha. Sua solidão é fruto de ter me deixado ir. Talvez eu tenha pisado em ovos ou todos estão certos, você não vale nada. Mas há algo dentro de ti que me identifico. Tudo para mim é claro quando é em relação a ti. Consigo saber a hora certa de quando chora sozinha e como deixou essa menina dentro de você se tornar essa mulher amarga por puro instinto de sobrevivência. Você sofreu e teve que aprender a ser forte e essa força só foi obtida sacrificando o seu lado doce. Você aprendeu a viver sem depender dos outros e por isso seus namorados não são seu suporte, são pessoas que você faz acharem estar no controle só para não te assustarem. Sim, te assustarem. Porque eu sei que te assustei. Você, nessa vida, quase não conheceu amor. Conheceu desejo carnal, toques, puro orgasmo. Mas ser cuidada, nunca. Você aprendeu que abaixar a guarda é fraqueza. Aquela menina que um dia tentou se matar, adormeceu para dar lugar a uma geladeira. E agora que a tempestade chega, ela não tem ninguém para se apoiar. Eu quis ser teu apoio, mas você fugiu, mentiu, brincou e me mostrou que é melhor eu estar sozinho. É mais certo fingir para todos que o mais sensato é estar solteiro e dizer para mim mesmo que você era nova demais, que não servia para mim, só para não encarar o fato que me apaixonei pela alma que me mostrou. Eu somente queria que o universo a qual me presenteou um dia te conhecer, te faça ler isso e você possa perceber que burrada faz. Ou simples, me de outra e me faça te esquecer de vez. Por enquanto, ainda remexo nos sonhos que nunca vão se tornar realidade.