Sonhos, presentes das noites,
Estrelas que surgem das sombras
Para iluminar as almas.
Cá debaixo assisto esses sonhos
Como quem pede pela paz,
Não mais como um “sonhador”,
Mas como um homem que “sonha” amor.
Estrelas não me esquecem
E se deitam no mesmo chão que piso,
Durmo apenas para passar o tempo...
E assim, o relento não me parece ser tão ruim,
Passam por mim os notívagos seres,
Eles se divertem provocando os anjos.
Ah, meus olhos agradecem,
No escuro enxergo que a realidade também é um sonho,
Este, que custa a passar, que machuca, que assusta,
Que parece nunca acabar,
Até o momento em que um despertar
Se faz ao lado de alguém que se ama,
E tudo muda, tudo melhora, tudo se transforma,
Como o ditado que diz que a natureza é bela.
Pura realidade...
E com a realidade não se brinca,
Apenas se toca o instrumento favorito da vida,
Achando que as notas que saem deste instrumento
São o sopro da esperança, e o que ela nos reserva...
Eu, particularmente, não tenho sonhos de primavera,
Prefiro a calma do outono
Tingindo de orvalho o meu sono.
Não peço a Deus que as coisas mudem,
Prefiro eu mesmo
Mudar o que é possível,
O que se tornou impossível, convivo,
Como quem acata as ordens do destino,
Como o menino
Que abaixa a cabeça quando a mãe se queixa
Das suas travessuras.
A noite é pura, semitransparente,
Faz a gente se sentir mais leve
E nos leva para dentro do paraíso.
É preciso um bocado de ilusão,
Senão o coração não aguenta...
A pressão da atmosfera que nos pesa
Faz-nos atravessar sobre os espinhos
Sem nos machucar.
Isso é sonhar e viver o sonho,
Apanhando flores que não existem
Em lugares que não se conhece.
Não é preciso viver muito
Para chegar à simples conclusão
Que é melhor um sonho na mão
Do que dois amores voando.

 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 17/09/2016
Reeditado em 17/09/2016
Código do texto: T5764233
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