TALVEZ A MORTE
Ouvi, há pouco, alguém dizer:
saudade só se tem do que foi bom!
Tu foste o melhor da minha vida,
o mais puro, gentil, meu som
cantado por anjos nas noites
sem conta de tanto amor!
Mas agora a dor tão profunda
me invade e desespera no calor
desta angústia que circunda
os meus momentos
em desalentos!
Quero a morte, quero o fim
desse desespero em mim
e só assim, livre me verei desse
amor despedaçado, que procuro
sem sucesso, juntar, remendar!
Me abandonaste como um lixo,
que verdadeiramente sou,
sem sequer um canto, um nicho!
Estou aos poucos nas mãos
do fim, rogando à morte o perdão
e que ela também não me abandone
relegada ao infinito da solidão!
Eugênia L.Gaio-16/09/2016