Meu vício...
Irremediavelmente, te amo...
E hei de amá-la toda vida.
Amo seu mau humor, sua fadiga;
Amo seu cheiro, seu suor,
Até mesmo seu hálito não fresco, de manhã.
Não sei viver sem amar suas rugas,
Sua preocupação saliente na testa
Seu acento ausente, seu silêncio taciturno
Seu pranto, seu riso, até sua TPM obtusa.
Amo sua roupa de festa, aos domingos.
A nudez de segunda nos lençóis de meio dia
Filminho depois do amor e algum vinho, quem sabe
Amo suas mãos calejadas, macias
As covinhas do rosto....
As estrias, os caminhos de veias cheias de sangue
Amo cada pecado e virtude, se é que há...
Amo até sua falta de amor, afeto
Seu desprezo as coisas da vida, a paixão
Rancor, ódio, resiliência, qualquer coisa
Nenhuma resignação...
Incontestavelmente, te amo!
Não há cura para o que sinto,
Não há elixir, feitiço, alquimia ou misticismo
Que aparte de mim o vício que é você.