UM ANJO EU VI, UM ANJO FALOU COMIGO..., UM ANJO, O MEU BELO ANJO! (SONETOS LIVRES)
O verão dos teus olhos meu amor é monstruoso,
Por ser monstruoso verão em flor minha dona amorosa,
Eu te canto os desejos meus de temporã paixão amar,
E sendo esse jogral falido eu me mato no teu calor calar,
E esse inverno que não vem neste fogo a nos imolar,
Saiba ó donzela que por mais assassínio vou eu te sonhar,
Não queira num soneto breve esse verão apagar, apagar, inflamar,
Doravante os mesmos sonhos do outono infamar-me,
E eu pobre diabo vou esse desejo louco lograr-te,
Pois o mesmo verão que entala na goela o poema falar,
Ó donzela que nas neblinas das tardes deste mesmo sol,
Quanta paixão queima as mãos em agonias afãs e vãs,
Pois por beleza dos teus olhos um coração a disparar-me,
Saiba que o verão dos teus olhos foi parar em teus seios,
E por breve poesia este verão ó mulher gentil vou chorar,
O verão é sinal que tua beleza brilha uma tarde infiel,
E nesta canção que nos entorna sutis quimeras,
Por quimeras de meretrizes despidas eu sou o verão,
E tu motivo de minha insanidade mística eu suspirar-te-ei.