O cara é você
Conheci o sabor de ser ridícula
Fui convencida que sou bem louca
Descobri que consigo perseguir
Jurei em falso amar-te, Marte ser
Neguei minhas tolas inverdades
Acordei dentro dum pleno pesadelo
Ri muito e chorei mais que deveria
Fui sim do meu céu ao seu inferno
Fui extremamente triste e feliz
Tive febre altíssima e hipotermia
Não saltei entre opostos; caminhei
Um colossal você estático num abismo
O iceberg humano intacto sob o sol
Sei nada se alguém ganhou algo ou não
Joguei a ira numa pirueta certeira
Daquilo que criei numa manhã, nada há
Tive mais manhãs absurdas que desejei
Reconheci um eu que não concebia em mim
Sei quase nada daquilo que encenei mal
Sei que precisei atuar muito para mim
O meu cirquinho não estava armado
Armei a grande barraca e lhe chamei
Sei que o cara da plateia foi você
Sei que lhe fiz companhia na vaia
Juntos seguramos a navalha sangrando-nos
Encenei o ridículo e a autoria é sua
Estou dando crédito a quem o tem; claro!
É cara, o cara sempre foi você, foi...