O cara é você

Conheci o sabor de ser ridícula

Fui convencida que sou bem louca

Descobri que consigo perseguir

Jurei em falso amar-te, Marte ser

Neguei minhas tolas inverdades

Acordei dentro dum pleno pesadelo

Ri muito e chorei mais que deveria

Fui sim do meu céu ao seu inferno

Fui extremamente triste e feliz

Tive febre altíssima e hipotermia

Não saltei entre opostos; caminhei

Um colossal você estático num abismo

O iceberg humano intacto sob o sol

Sei nada se alguém ganhou algo ou não

Joguei a ira numa pirueta certeira

Daquilo que criei numa manhã, nada há

Tive mais manhãs absurdas que desejei

Reconheci um eu que não concebia em mim

Sei quase nada daquilo que encenei mal

Sei que precisei atuar muito para mim

O meu cirquinho não estava armado

Armei a grande barraca e lhe chamei

Sei que o cara da plateia foi você

Sei que lhe fiz companhia na vaia

Juntos seguramos a navalha sangrando-nos

Encenei o ridículo e a autoria é sua

Estou dando crédito a quem o tem; claro!

É cara, o cara sempre foi você, foi...

Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 11/09/2016
Código do texto: T5757765
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