Para amar tem que sofrer

Assim como uma nuvem que se esvai

Embriagada pela brisa da noite

Minha alegria vagarosamente partia;

Silenciosa, triste e solitária

Com força meu peito machucava

Feito uma estrela que não mais brilhava

Porque no infinito explodia.

Sentei diante de uma mesa

Pensando em regurgitar sobre o papel

A dor que maltratava e me envolvia

Feito metástase fria

Devorava-me o desgosto

Excluindo o sorriso do rosto

Entristecendo-me em demasia.

Para entender o desatino desta rima

Não é preciso ser poeta importante

Doutor em rimas, métricas e versos,

Basta saber o que é dor de morrer

E morrer assim, bem devagar,

Sofrendo só por amar

Porque para amar tem que sofrer.