HETERODOXIA DO AMOR

Quantos são os poetas que falam de amor!

No supremo desejo de com ele fazer rimar,

Desnuda sensibilidade, com tamanho rigor,

Assertiva infesta que não posso concordar.

Referencio-me ao prolatado incondicional,

Pois não há fronteiras para o seu expressar,

Entendo-o como o maior, único e universal,

Dos sentimentos que jamais urgirão a ornar.

Fugidio desta paradoxa e funesta dicopodia,

Nunca houve condições a quem no declarar,

A restrição é fruto da abnominável heresia.

Amor universal é o único que aprendi a falar,

Nas trovas que rimo sob a fagueira harmonia,

Eu amo, sem o pretexto de não o condicionar.

Riva. 028

Rivadávia Leite
Enviado por Rivadávia Leite em 07/10/2005
Código do texto: T57509