Caixa de memórias
Estou cansada de jogar cartas carregadas de amor
Tantas caixinhas de lembranças, cada uma de uma cor
Não quero sofrer de novo
Por isso peço socorro
Não quero me desfazer das memórias:
Acho que morro
Para que escrever tantas histórias
Se queimamos tudo aos poucos?
Você... quanta falta me faz!
Uma foto... uma lembrança me traz
Coisas que não me lembrava mais
Eu viva ou morta? Agora tanto faz.
Preciso parar de jogar cartas
De encontrar metades erradas
De sentir sua falta
E chorar em voz alta
Se voltarmos será tudo igual
Mas sei que farei algo especial
Para sair do comum, do igual
Não seremos singular, mas sim plural
Na minha coleção de memórias
Sei que eu não era nada simplória
E em algum lugar da nossa trajetória
Criamos uma história ilusória
Vamos voltar ao começo
E mudar nosso futuro
E então pagaremos o preço
Para desfrutar de um amor puro
Essas caixas me parecem tão fundas
Revestidas de lembranças, de ternura
Essas lembranças, tão claras, tão profundas
São machucado, cicatriz e minha cura
Uma foto amarelada que o tempo coloriu:
Quando você, olhando para mim, doce sorriu
Naquele dia de inverno estava frio
E então, você, com um abraço me cobriu
Abro caixinhas de memórias e abro um sorriso
Meus olhos se enchem de lágrimas... ouço o aviso
Então fecho as caixinhas e de improviso
Abro de novo o sorriso... e assim vivo