Caixa de memórias

Estou cansada de jogar cartas carregadas de amor

Tantas caixinhas de lembranças, cada uma de uma cor

Não quero sofrer de novo

Por isso peço socorro

Não quero me desfazer das memórias:

Acho que morro

Para que escrever tantas histórias

Se queimamos tudo aos poucos?

Você... quanta falta me faz!

Uma foto... uma lembrança me traz

Coisas que não me lembrava mais

Eu viva ou morta? Agora tanto faz.

Preciso parar de jogar cartas

De encontrar metades erradas

De sentir sua falta

E chorar em voz alta

Se voltarmos será tudo igual

Mas sei que farei algo especial

Para sair do comum, do igual

Não seremos singular, mas sim plural

Na minha coleção de memórias

Sei que eu não era nada simplória

E em algum lugar da nossa trajetória

Criamos uma história ilusória

Vamos voltar ao começo

E mudar nosso futuro

E então pagaremos o preço

Para desfrutar de um amor puro

Essas caixas me parecem tão fundas

Revestidas de lembranças, de ternura

Essas lembranças, tão claras, tão profundas

São machucado, cicatriz e minha cura

Uma foto amarelada que o tempo coloriu:

Quando você, olhando para mim, doce sorriu

Naquele dia de inverno estava frio

E então, você, com um abraço me cobriu

Abro caixinhas de memórias e abro um sorriso

Meus olhos se enchem de lágrimas... ouço o aviso

Então fecho as caixinhas e de improviso

Abro de novo o sorriso... e assim vivo

Ka Y
Enviado por Ka Y em 04/09/2016
Reeditado em 04/09/2016
Código do texto: T5750582
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