SONHO DE AMOR

Deixaste espinhos em meu rosto.

Sinto-me na dor que me dilacera

A pensar, talvez, numa primavera…

Teu viço me enlouquece o espírito,

É minha alma ébria que quer amar

E derramar em ti doses dum idílio

A fim de que penses que seja o mar

A cantar-te a sonata do bem querer

E a esperar-te diante de tua janela,

A pensar, talvez, numa primavera…

Lembro teus beijos quase sinistros

A arrancar-me duma solidão salina

Que me depôs perante os abismos

E me fez ver-te tua seda de menina

A declamar-se versos de puro amor

E pedir-me que fosse eu tua quimera

A pensar, talvez, numa primavera…

Adormeço sobre a saudade do litígio,

Pois meu amor não é mentira, é fogo

Que faz brasa em teu corpo e é abrigo

Da chama que clama volúpia do louco

Que vive a sonhar no degrau e contigo

Quer subir às estrelas da tua passarela

E pensar, pensar, numa linda primavera!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 04/09/2016
Código do texto: T5750302
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