METACORDIS
(Metamorfose do coração)
Da varanda eu vejo
As leves nuvens
A desenhar figuras
Que num instante
Se desfiguram.
A minha imaginação
Vai fazendo traços
Lá no azulado céu,
Desenhando na imensidão.
Olhe as ovelhas,
O belo coelho
E as pernas longas
Do antílope veloz.
Na linha do horizonte
Vejo a boca aberta
Do grande rinoceronte.
Assim como no céu,
Nesse grande véu,
O meu louco coração,
Também, sofre
Contínua transmutação.
Transfiguram-se as figuras,
Passa a rápida nuvem,
Só não passa a imaginação
E a minha vital emoção.