O romantismo não morreu
(REPUBLICADO)
Hóspede de ti
Por seres assim tão formosa
E eu entre os feios o mais feio
Só por que és tão bondosa
Me dás o carinho do seio
Dona d’ uma vida sem manchas
Onde a virtude campeia
A cada olhar que me lanças
Mais me prende a tua teia
E eu que assim enredado
Soltar-me já não preciso
Pra que? Se estou hospedado
Nos jardins do paraíso.
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Pra minha companheira de uma vida, no Dia da Mulher.
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Hoje, 03/09/16, encontrei esta joia nos Arquivos da Biblioteca
Nacional, onde outro romântico, há mais de um século, diz algo semelhante a sua amada.
EXCELSA
Quando penso que és minha, eu estremeço
De grande e íntimo orgulho e de alegria!
Sei que tu és um bem que não mereço
Mas nenhum homem te mereceria!
Porque me coube um prêmio de tal preço
A mim tão imperfeito e sem valia?
Benigna sorte, dadivosa e pia,
Magnânima fortuna, eu te agradeço!
Luz de bondade, fonte cristalina
De virtude e do bem, que o bem sugeres!
Alma que em tudo é rara e peregrina,
Bendita sejas tu, que bem me queres,
Pelo tempo dos tempos, ó divina,
Ó única mulher entre as mulheres!
Filinto de Almeida (1857 - 1945)