O BÊBADO, A MOÇA E EU-Uma conversa verídica
“Ô João! Vai pra casa, tomar leite e comer pão.”
E, de repente, a moça me alcança,
Ela tinha um rosto sofrido,
Não sei se ela tem marido,
E, se, talvez, já tenha morrido:
- Não é mesmo moço?
Feliz o senhor, que pra casa vai...
Levando um quentinho pão.
E, eu com ouvidos de poeta,
Ouço a moça que completa:
-Ainda ontem, liguei para meu irmão,
Socorrer o meu pobre pai,
Que de tanto beber,
Estava caído no chão.
- Mas, meu irmão, é outro...
Que também enche a cara de pinga,
E, ao invés de socorrer,
Assim... Com todo carinho,
Esbraveja e xinga.
- Tenha um Bom Dia, seu moço!
A vida é toda bela.
Mas, um bêbado tagarela,
Que traz o “encardido” na goela,
A vida... Maldiz e xinga.
-Sabe Moço,
Ah! Se não fosse Deus!
Que Ele olhe pelos filhos meus...
Cada um deles bendiz a vida,
Não xinga!
Avida, moço...É toda bendita!
Maldita mesmo... É a pinga!
E, enquanto dobro a esquina,
E, torcendo pela Moça, e sua sina,
Respondo:
-Tenha um Bom Dia, moça... E, que Deus te ouça!