O BÊBADO, A MOÇA E EU-Uma conversa verídica

“Ô João! Vai pra casa, tomar leite e comer pão.”

E, de repente, a moça me alcança,

Ela tinha um rosto sofrido,

Não sei se ela tem marido,

E, se, talvez, já tenha morrido:

- Não é mesmo moço?

Feliz o senhor, que pra casa vai...

Levando um quentinho pão.

E, eu com ouvidos de poeta,

Ouço a moça que completa:

-Ainda ontem, liguei para meu irmão,

Socorrer o meu pobre pai,

Que de tanto beber,

Estava caído no chão.

- Mas, meu irmão, é outro...

Que também enche a cara de pinga,

E, ao invés de socorrer,

Assim... Com todo carinho,

Esbraveja e xinga.

- Tenha um Bom Dia, seu moço!

A vida é toda bela.

Mas, um bêbado tagarela,

Que traz o “encardido” na goela,

A vida... Maldiz e xinga.

-Sabe Moço,

Ah! Se não fosse Deus!

Que Ele olhe pelos filhos meus...

Cada um deles bendiz a vida,

Não xinga!

Avida, moço...É toda bendita!

Maldita mesmo... É a pinga!

E, enquanto dobro a esquina,

E, torcendo pela Moça, e sua sina,

Respondo:

-Tenha um Bom Dia, moça... E, que Deus te ouça!

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 02/09/2016
Reeditado em 05/09/2016
Código do texto: T5747928
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