pedra fundamental
abandono esses planos
de linguagem visceral
diante do teu sorriso
de que tanto preciso
pedra fundamental
da minha perambulância
das cores da intolerância
que eu mesmo criei pra mim
mais forte que o penedo
eu quis comigo lutar
fingindo que não tinha medo
fingi que não tinhas que dar
o sonho do teu aconchego
aí foi que a chuva caiu
e tudo se desmilingüiu
como miolo de pão
e eu não posso senão
outra bisnaga comprar
pra que eu mereça ficar
onde você estiver...
Rio, 23/10/2006