Clausura
Clausura
Eu me liberto dos teus braços
Destes teus beijos doces
Donde floreá à luz
Que desde sempre me seduz
Dessa estrada que tem duas mãos
Uma me leva pra longe de ti
Outra me conduz direto pra a dor
Que aperta e atormenta meu coração
Que mal bate sem força nesse peito onde já
Morreu o fogo ardente da paixão
Que um dia dirigiu minha razão
Hoje vivo olhando de lado
Por não ter aquele amor do passado
Que voa nas asas da ilusão
Me deixando nesta escuridão
Que ilumina minha falta de razão
Orientando esse vazio
Que preenche meu coração
Esvaziando minha alma
Matando me aos poucos
Como uma planta longe da luz, da água e da sombra
Sem ter você vivo essas verdades
Que me assombram
Que todo dia eu me erguia
Tão fraco que a qualquer momento
No chão me via
Tão lúcido ,tão vivo ,tão sozinho
Que só de pensar na vida
Que sem você ,nem deve ser vivida
Enlouqueceu neste desejo
De voltar no tempo
E por um segundo poder está feliz
Pois andando para a frente
Mais rápido que posso
Chego à conclusão
Que viver sem você
Só terei duas opções
Rasgo o peito com voraz fome do teu amor
Ou devoro à essência desse amor
Que está estranhado no meu coração
Todavia ainda me resta enlouquecer
E me perder nos caminhos
Da loucura dos descaminhos
dessa vida
Sair perdido descalço
Pra não deixar marcar as pegadas pelo caminho
Por que se um dia bater arrependimento
E voltando a razão
Que não reste nenhuma trilha
Que me traga de volta pra essa vida
Desse vazio de quem te amou
E sozinho viva nessa solidão...
Ricardo do Lago Matos