Tumulto
Sou esta manhã cinzenta, brumosa, plena de ecos.
Sou a passada larga, a corrida, a água do fundo.
Sou eu a pausa, a imobilidade, o silêncio.
Sou por ti a espera, a cidade, o canto,
o raspar da voz ao toque dos teus dedos,
a boca, o sexo, a agonia, o gemido.
Sou a sede e a vontade, a força, a igualdade,
o sangue que se agita sempre que no amor
és a razão do meu tumulto.