De volta ao amor
O ritmo de um coração mudo
Repetindo para um surdo
O seu compulsivo pulsar
Desdenha de uma inércia
Que pelo corpo se dispersa
Sem com ele se importar
Porém, insistentemente,
O coração, recorrente,
Continua seu vibrar
E sozinho rega a mente
Com milhões de afluentes
Sem nem se fazer notar
E o corpo adormecido
Dá sinais só percebidos
Por quem está a observar
Enquanto o dono do corpo
Sente estranho alvoroço
Mas não sabe o que será
É o amor disseminando
Fluídos novos espalhando
Reativando o viver
Conduzindo-o por estradas
Com saídas e entradas
Que jamais sonhou rever