Amor
Amor
Pó desta terra
Alma que se eleva alegra
Ora se enterra
Euforia deste momento
Rubra face em qualquer parte
Dela não há disfarce
Sufoca o grito na garganta
Alega ser forte
Esquece o bravo
Em gemidos mostra a sorte
Dono da sua verdade
Diante do que nela
Esconde a própria face
Aperta as mãos de tanto
nervoso
Estrala os dedos
Raspa o chão com pé
Apenas nervoso
Ensaia um grande discurso
Engole a seco as palavras
Nem domina mais a língua
Diante de quem tanto
deseja
Quis fazer o melhor
Ser dono da própria
retórica
Torna-se um monólogo
Onde parece ser mudo
O único desejo era recitar alguns versos de amor
Talvez um soneto dos mais inspirados e apaixonados
Descrevendo todos os seus sentimentos
Quase explodido o peito
Era só amor
Devastador já não bastava
Uma flor , um buquê
Tudo seria pouco
Pequenos gestos
Seria um louco
Talvez em grandes ritos
Ela entende-se
Que o que sinto
amor ,um grande amor
Que numa caixinha
Com uma aliança
Aos seus pés de joelhos
Entre lágrimas e juras de amor
Selaria nossas vidas
Nessa eterna história de amor...
Ricardo do Lago Matos