Passa noite
Passa noite
Corre o tempo senhor de si próprio
E aqui estou sem dormir
Voa às horas
Mas cada segundo
Arrasta minha alma nesse tormento
Nessa solidão lugar comum
Atormenta minha mente
Pelo vazio, hora o frio
Selado pelo lacre da imensa noite
Do meu coração trêmulo pelo
abandono nessa escuridão
Das emoções negadas pelos
fantoches vazios pobres
Inanimadas criaturas movidas
Pelos ritos do seu dia a dia
Seres opacos abstratos
Além de surreal na dimensão
De não saber amar
Todavia apenas viver pra fazer o mal
Mesmo expressando emoção
Acima da razão
Falando de amor quando na verdade
Só sabia causar a dor
Alimentando-se da minha dor
Onde sorvia sem menor simpatia
O meu amor ! amor ! amor !
Que nem de longe soube dar valor
Hoje largado a minha sorte
Sinto às lacunas que ficou
Deitado na cama inerte
Essa esquife que me restou
Devora-me noite escura fria
Que de tu terei mais sorte
Do que o vazio da minha alma
Onde equilibro o meu medo
Tardio de ser o que restou
Daquele amante que diante de ti
Sem ressalvas declarou
O seu humilde amor com toda a emoção
Que invadia minha alma
Saltava aos olhos brilhantes
Do que morava no meu coração
Passa à noite tardia que minha alma chorosa
Amargura-se dessa falta
de sorte pela maldade daquela
Que não me poupou da sua frieza
Maldade e real falta de amor...
Ricardo do Lago Matos