Despedida
Quantas bocas falam a minha boca
entre os muros e ruínas
sem rumo e sem nenhuma certeza
nem abaixo nem acima
na exortação da inocência pura
na face lívida e quente
quando olho a rua a tua procura.
Quantas bocas falam a minha face
na desventura da ausência do teu sorriso
que quando a mim chegasse
num aviso impreciso
uma letal bactéria
indescritível indiferença
prostitutas de uma vida de miséria
nesta mortal sentença.
Quantas lagrimas molham meus olhos
que jazem secos
que olham já sem rumo
que passam noites a chorar
envoltos e nuvens de fumo
copos de cerveja
que com certeza
são iguais a gotas de ácidos no ar.