QUANDO O POESIA NASCE MORRE UM TERÇO DA INDIFERENÇA... (Für den unsterblichen Virgin)

Tão linda feita a flor,

Sua fragrância exala o amor,

Perfeita de sorriso,

Meiga anja do paraíso,

A tristeza não existe nela,

Sua educação é suave,

Dama de lenço casto,

Jovem de olhos castiços,

Bela mulher que enamora a vida,

Rapariga de semblante humilde,

Rapariga de formosura da flor,

Dália de cor mística,

Princesa de coroa esmeralda,

Tua beleza é fascinante,

Espinho que atravessa,

Vergalhão que ergue casa forte,

Dama vestida do véu de Afrodite,

Mulher de cheiro da vida florescente,

Jovem de alegria cantante,

Deusa do sol em plena primavera,

Sol de brilho máximo,

Lua de melancolia romântica e heroica,

Virginia angélica da luz,

Dama que ascende os poemas ateus,

Druida sacerdotisa da floresta,

Feiticeira de beleza traiçoeira da paixão,

Erva de viço das maravilhas femininas,

Guerreira em plena guerra dos mil anos,

A tua profética beleza é lume,

A tua beleza encanta,

A tua beleza enamora os céus,

A tua beleza reza o profundo do espírito,

Tua beleza construí-o saberes ocultos,

Você é bela e assim os seres se calam,

Tua sinfonia é audível de meiguice maviosa,

Os pássaros trinam louvores a tua fala,

Nada neste mundo é entendido,

Nada neste mundo é tão bom,

Deus é o ideal dos santos,

E tua beleza é o almejar dos solitários,

Cantem os planetas tua beleza,

Cantem as fadas os teus olhos da noite,

Cantem os silfos tua brilhante Quimera,

Louvem os Delfos tua galesa face,

Cantem os anjos que o amor está entre nós,

Cantem as criancinhas tua bondade,

Cantem os passarinhos a esperança nova,

Nosso Senhor te fez linda e cheia de carinhos,

Nosso Senhor nos ama,

Cristo é o alumiar da nossa existência,

Nosso Senhor coroado virá em breve,

Tua beleza mulher seráfica tange a lira das paixões,

Anjo de brancura negra,

Anjo de negra brancura,

Anjo bronzeada da neve,

Anjo de neve bronzeada da lua,

As estrela criaram as fêmeas,

As mulheres são herdeiras do trono de Gaia,

Nunca seremos mais os mesmos sem elas,

As mulheres são os apogeus do futuro oculto,

O teu sorriso branca Orquídea, o teu sorriso...

O teu afago doce Rosa erística,

O teu corpo ó lírio de Raabe,

O teu amor em nós rainha do norte,

Ó mulher de cabelos loiros negros,

Ó mulher de olhos da cor da lava,

Ó mulher de pele da delicadeza do gelo,

Ó mulher de canto ao clímax do arco-de-Deus nos céus,

Mulher guerreira,

Mulher de santo corpo ao nu dos meus sonhos,

Sonho de poetas mortos e esquecidos,

Mulher de beleza da uva no seu orvalho,

Dama de brancura da tamareira dos deuses,

Odalisca do serralho proibido,

Rapariga que oculta as luzes das estrelas,

Mulher que oculta a formosura de um beijo,

Tu és um primor da coroa ao diamante,

Teu existir se fez irrevogável nos mitos,

Tua felicidade há muito eu contemplo,

Ó mulher de cabelos da relva púrpura,

Vou falar de tuas virtudes,

Tua virtude é ouvir...

Tua virtude é encantar...

Tua virtude é sonhar...

Tua virtude é sorrir...

Tua virtude é exalar carisma...

Tua virtude é placidez...

Tua virtude é maravilhar-nos...

Tua virtude é ser humilde...

Tua virtude é ser forte...

Tua virtude é chorar...

Tua virtude é equilíbrio...

Tua virtude é ser artista...

Tua virtude é a vida intensa...

Tua virtude é o bom perfume...

Tua virtude é o amor...

Tua virtude é a lua...

Tua virtude é o sol...

Tua virtude é as borboletas...

Tua virtude é os lírios no lago...

Tua virtude é o recomeçar...

Tua virtude é o caminho dos prazeres...

Tua virtude é a bondade...

Tua virtude é a inteligência...

Tua virtude é a alma...

Tua virtude é o perceber...

Tua virtude é o contemplar...

Tua virtude é o não adeus...

Tua virtude é o meu escrever...

Tua virtude é o meu pobre não saber rimar...

Tua virtude é a música que ouço...

Tua virtude é o navegar sem rumo...

Tua virtude é o atender...

Tua virtude é a feminilidade...

Tua virtude é o iluminar...

Tua virtude é o meu fanatismo em poesias...

Tua virtude é a radiante maçã de ouro...

Tua virtude é o mel que se dissipa...

Tua virtude é os deuses em guerras...

Tua virtude é a lembrança de Tróia...

Tua virtude é o ouvir os espíritos...

Tua virtude é o desenho da alma...

Tua virtude é lembrar a beleza de Byron...

Tua virtude é o fim dos dias...

Tua virtude é o harmônico embeber vinhos...

Tua virtude é o violar das cordas do tempo...

Tua virtude é o nada que tudo se fez...

Tua virtude é o desejo do sexo em cem noites...

Tua virtude é... O meu sabor...

Ó dama de cabelos da cor da noite,

Como é bom pensar que tu existe em todas...

Ó mulher do meu pobre poema de louco,

Deixa-te em nós divina nereida os orvalhos da lágrima de Andrômeda,

Cantai a festa da rainha Julia das terras do sol da Grécia,

Cantai a linda Bate-Seba seu noivado com Troilo,

Cantai o casamento de Cassandra com Apolo,

Coroai os cabelos da meia noite na sua exuberância,

Cantai os amores na cama de Créssida com Julius,

Notai o dançar das ninfas no carvalho Terebinto,

Cantai a morte de Satã na cama da nua mentira,

Cantai os afogamentos da ignorância,

Ó louvai os êxtases de Eleonor na sua religiosidade,

Ó louvai os frenéticos beijos de Eva,

Ó ouçam os gemidos da terra no cosmo de nossa orgia,

Ó cantai a tristeza dos heróis a destronar Mussolini,

Vou falar pela última vez tuas virtudes ó negra de brancura,

Tua virtude é lindamente missiva,

Tua virtude é má,

Tua virtude destrói,

Tua virtude humilha,

Tua virtude me mata,

Tua virtude é punhal que assola,

Tua virtude é navalha que atraiçoa,

Tua virtude destruí-o os imaginares infantis,

Tua virtude foi orgulhosa,

Tua virtude é erva que cresce rápida,

Tua virtude é maligna, é sangue que afoga,

Tua virtude é majestade fascista,

Tua virtude é ditadura que impera,

Tua virtude é violino a chorar remorsos,

Tua virtude é arte que avassala,

Tua virtude é tudo que não em si...

Tua virtude é fogo a corroer,

Tua virtude é safira de preço malvado,

Tua virtude é poema malvado,

Tua virtude é poema que apaga-me,

Tua virtude é holandesa arrogante,

Tua virtude é alemã que escarra,

Tua virtude é portuguesa que trata com indiferença,

Tua virtude é polonesa que não acordou,

Tua virtude é britânica que achou os portais do Inferno,

Ó bela dama este poema não terá um fim?

Cantem as gostosuras dos seios da mãe,

Cantem o corpo nu da jovem a sorrir no espelho,

Sua alma secou,

Seu olhar ficou constrangido,

E o seu formoso amor morreu...

... Num trágico adeus,

E o seu limiar de fim em si próprio,

De si voltar ao ego perdido do eu órfico,

Nada lembrará mais os amores de ninfeta sozinha,

Pois os seres encantados do nosso imaginar é... Imortal, bucólico!