Sentidos.

à tarde um vento suave

Levemente se move

E vai soprando o barco à vela

Vejo o mar pela janela

Tão distante; penso nela

Se à noite o vento apaga a vela

Mesmo assim, no escuro, és bela

Te vejo em meu sonho e pergunto

Meu Deus, o que foi que te trouxe?

Quisera fugir de presença tão doce

Quem sabe se ao menos

Tão bela não fosse

Acordo, abro a janela

a olhar as estrelas pulsando

Lembranças que se acendem

e esperanças que se apagam

Qual lume,

dos insetos que à noite vagam

Respirar o perfume de fada

que emana da tua lembrança

e meus sentidos embriagam

Assim eu não sinto tanta saudade

E nem morro de distância

tento somente

Enxergar-te em essência

se cego e surdo

fosse eu, de fato

Quisera a sorte permitisse

ver-te bela

pelo tato.

Edson Ricardo Paiva