ALMA (VIRGEM SER TEU)

Tristeza que machuca,

Sentimento longínquo,

Medo de um beijo,

Pequei sem te amar,

Felicidade astrofísica,

Desejos meus latentes,

Insatisfação do coração,

Um tapa sem amar,

Tristezas na música,

Uma lágrima sem sentido,

Uma agonia de menina,

Um amor pra nos recordar,

Pobreza nas palavras,

Verbo na poesia lírica,

Pobreza nos versos com malícia,

Um beijo doce que silencia,

Tristeza no comer da Uva,

Fome no desejo do morango,

Alegria na manga madura,

Sexo com mil arrepios,

Menino que ouve no vazio,

Carícias gentis,

Amores na escola,

Concordância infante,

Solidão nas palavras,

Medo de beijar apenas,

Medo de querer por pena,

Nada é tão gostoso,

Sonhos no céu nublado,

Sonhos de mãe falida,

Sonhos de reta rapariga,

Moça de português doce,

Verdade que assombra,

Mentiras na cama,

Traições de mendigos afãs,

Pobre do rapaz mulato,

Sexo feito antes,

Mania de roubar sentimentos,

Loucura no apaixonar,

Tudo nela é um azar,

Vida vazia,

Vidas de agonia,

Vidas de pássaros num adeus,

O amor é perda de orgulho,

Medo de lábios virgens,

Moça de semblante triste,

A poesia é sina dos infelizes,

Suportar o amor é lítico,

Tristeza nunca morre,

Mas o sono a acende,

Morrer de amor é escandaloso,

Melhor é sermos piedosos,

Onde está tua luz,

Por onde anda quem me seduz,

Se a vida é encantos azuis,

Namorar é lírica sem jus,

Tristeza que suicida,

Abraçar que constrange,

Eu busco um lume,

Nas trevas não existe desculpas,

O amor é poesia,

Amar é aleivosia,

E paixão é patifaria,

Desejo é arma traiçoeira,

Morangos que eu amo,

Mangas no teu dorso,

Mel nos teus seios,

Nos lábios desejos,

Música que me enamora,

Tristeza que atola,

Nos estudos da tua alma...

Eu me perco no luto,

Namoro gostoso,

Riqueza que confunde,

Enjeitada beleza loira,

Caucasianas são seres reinantes,

Um beijo do passado,

Tristeza que incomoda,

Ser um besta a poetizar lamúrias,

Ser homem só é uma maldição,

Solidão que trucida,

Solidão fratricida,

Desejo nas letras mortas,

Paixão que me ignora,

Onde vai as poesias,

Que em nós há abandono,

Nunca diga adeus,

Deixa de se perder nos medos,

Paixão que agoniza,

Amor que me acorrenta,

Manga nos lábios,

Sonhos cárpicos,

Medo de acordar na realidade,

Medo de morrer tarde,

Amor que me torna tosco,

Bobagem é achar graça,

Juá nos teus cabelos,

Frutas no solo fértil,

Muitas delícias que se vão,

Desejar um amor é navegar na solidão,

Onde está a poesia,

Que machuca e oprime,

Onde estão as raparigas,

Do meu pensar menino,

Vida que nos evolui,

De míseros seres trópicos,

De câncer a constelação,

Ser poeta é conhecer os santos,

Poesia que alimenta,

Amor que nos entoa,

Entoemos um lamento,

Que somente é feliz quem cumpri seus juramentos,

Paixão de cor cinzenta,

Amor de cor amarronzado,

Tristeza azul de humilde pincel,

Final de guerra angélica,

Citações de mortos,

Poesia do começo carmim,

Do sangue satã Caim,

Felicidade é poema com azevinho,

Nada lembra ela mais,

Nada trará jamais,

Os sonhos não estão aqui,

Pelo amor de Deus sou ruim,

Quando o pesadelo acabar,

Quando o sol se matar,

Os milênios de minha maldade,

Que não sesse as saudades,

Poema e poesia irmãs,

Que acodem o defunto violento,

Por mais teu sofrimento,

Mata logo a erva da maldade,

Minha frase que não ditei,

Meu poetizar que me sequestrou,

Mora nesta feiura de letras...

Uma palavra chamada assassinatos,

Que os poetas me perdoem,

Que o céu me reconstrua,

Que o Inferno me desnude,

Os líricos são insanos,

Que o poema não acabe,

Que o amor arranque um braço,

Que seja violenta a facada,

Pois morrer no espírito é itálico,

As lágrimas que purificam,

O corpo nu em doce luar,

Danças de rituais antigos,

Amar é morrer em feitiços,

Que deus poderá ouvir-me,

Que deusa poderá senti-lo,

Que poema ó mau castigo,

Ser escritor é dormir intranquilo,

Que poeta maldito vos fala,

Que cidade que constrói monstros,

Que amor é esse,

Que termina em tudo..., teu nada?

Quão sereia no deserto,

Quão duende na cabeça,

Quão palavras no vazio sem mais fim,

Tudo é em ti uma rosa mística,

A poesia é a emoção inacabada,

A poesia é o murmurar quão dores,

Pois te encontrar no meu coração,

É canção que enfeita a alma,

Ó rosa de “a” de “b” e de “z”,

Encontrei todas as palavras no teu sorriso,

Por que eu um pobre mendigo,

Disse: voltarei para o nosso perdão...

Por eu ser um confesso virgem,

De emoções a sentimentos proibidos,

Escrever neste meu texto bélico,

É imortalizar um martírio vínico,

Por paixão que acodem um prazer,

Que não sei mais vou sofrer,

Ela se transfigura numa fada,

Ser romântico é orar por ti ó bela Alma...