BOEMIO lll
Vagueia nas madrugadas
a minha voz já cansada,
teimosa ao som do pinho,
é como ave sem ninho
cantando pelas calçadas.
Pois a mulher que ainda amo
hoje tem novo dono,
deixou-me apenas saudade,
e essa felicidade que já não tenho direito´
é solidão em meu peito
que não morre, não vai embora.
E essa dor que me aflora
na alma ainda vazia,
canto ao som da viola
pra lua que me clareia,
e nessa vã boemia
de bar, bebida e tristeza,
hoje me resta a certeza
que só me resta morrer.