Permita-me

Eu perdi a ilusão que eras para mim
Visto não adiantar lutar, nada adianta
Nem as lagrimas derramadas em noites
Não dormidas, e foram tantas!
 
Já não posso contar as grades desta
Cela em que me aprisiona e me faz refém
De teus medos, vi que sabes voltar...
 
Então voltes, suba em tuas palavras
Feitas em blocos; lindas, mas use-as para
Outra, sinto-me cansada de enlouquecer
 
Materializei-te em tantas noites, só você,
Só para tê-lo e imaginar seus braços, seu
Corpo inteiro, você, apenas você, enfim!
 
Quantas recordações ficam de tão pouco
Tempo, me fazendo odiar os momentos
Em que ouço teus pensamentos e nada
Posso fazer, sinto-me impotente.
 
De que valem as palavras se não as ouvimos
Que contraste! Vejo teus sonhos e não
Entende minhas realidades.
 
Nunca me disse a verdade e mesmo assim
Cri, acreditei porque amar é ter fé, é ter
Antes de tocar, de possuir ou enxergar
 
Não dá para ver o sol se não abrimos portas
Ou janelas, pois a vida está depois
Delas, eu aqui a perecer.
 
Voltarei ao meu silencio ele não me trai
Permita-me também voltar de você
E se eu não encontrar meu destino
Outro caminho, permita-me morrer.